Federação Catarinense de Motociclismo


Porto Belo, até agora, a “mais”
do Circuito Verão de Supercross
Texto e fotos: Gerson Coas / Reportagem FCM
 


João “Marronzinho” da Silva Júnior, vencedor
nas duas categorias “pró", Força Livre e SX2

Djohny Aquino, cat. Força Livre

Galeria de fotos da 4ª etapa do Circuito Verão de Supercross

Pela primeira vez a cidade de Porto Belo sediou uma prova do Circuito Verão de Supercross, e já ficou para a história da competição. A quarta etapa realizada na noite do sábado, 10, nas dependências do Shopping Porto das Águas, foi inegavelmente a melhor! A mais disputada, a mais surpreendente, com a maior estrutura e que contou com um público que em número não superou de São José, porém em animação foi maioral, mesmo abaixo de chuva!

Nos 420 metros da pista mais técnica feita até agora para o Circuito, combates acirrados, lances emocionantes e quedas por conta da chuva não faltaram. Todos os pilotos aceleraram muito, cada um buscando apresentar a sua melhor pilotagem, afinal era novamente transmissão ao vivo pelo Canal SPORTV. Entre os garotos Maurício Treichel venceu a 55cc de ponta a ponta; na 65cc Marquinhos Holtmann foi o mais rápido, enquanto na 85cc deu Douglas Santos pela terceira vez seguida. Nas duas categorias “pró” do Circuito Verão, vários tentaram desbancar João “Marronzinho” da Silva Júnior. Mas deu o cara de novo! Com uma KXF 250 tirada da caixa cerca de três horas antes

Cristopher "Pipo" Castro, cat. Força Livre

Luiz Zimmermann, cat. SX2

Rafael Farias, cat. SX2
do primeiro treino, Marron largou pela primeira vez na SX2 esse ano e levou também. “Foram três baterias emocionantes. Na primeira bateria da força livre caí duas vezes, na bateria única da SX2 fui para o chão uma vez e na final da força livre terminei invicto, embora sem largar bem. De certa forma isso aconteceu porque eu estava me acostumando com a nova moto, além de que todos os pilotos estavam acelerando forte e eu precisei forçar o ritmo para buscar a vitória”, disse Marron, que agora lidera a força livre com 75 pontos, 10 a mais que Cristopher “Pipo” Castro e Luiz Zimermann, segundo e terceiro colocados no geral da etapa, porém empatados na pontuação do certame na vice-liderança.

Cai o gate

Na primeira bateria da principal categoria da competição, a força livre, Erivaldo da Silva Jr. largou na frente, mas foi para o chão logo na primeira volta e caiu para a 12ª posição. Djohny Aquino assumiu a ponta. Sem uma boa largada e com duas quedas Marron saiu da 13ª colocação e foi conquistando posições, na quarta volta ele já é o quarto colocado, logo atrás do Pipo. Duas voltas depois Marron passou Pipo e também o Marcos Cordeiro que estava na vice-liderança da corrida. Pipo aproveitou um deslize de Cordeiro para ir atrás do Marron. Ainda na sexta volta Cordeiro atravessou com a moto na frente do triplo da reta principal e sofreu uma queda forte, tendo que abandonar a bateria. Enquanto isso Djohny liderava a prova, mas agora com Marron pressionando. Apenas na 12ª volta Marron ultrapassou Djohny, que na sequência perdeu a segunda posição para Pipo. Na quarta colocação chegou o paranaense Rafael Farias, e em quinto Zimermman que também levou um tombo logo na primeira volta e fez uma prova de recuperação.

Na segunda bateria – a última da noite e já sem chuva, Djohny largou na frente, mas perdeu o ponto de frenagem e caiu fechando a linha de Pipo que vinha atrás e também foi para o chão. A primeira volta foi completada com Zimermann na liderança, seguido por Anderson Chupel, Anderson Cidade e Marron. Chupel perdeu posições para Anderson e Marron já na segunda volta. Na volta seguinte Marron assumiu a liderança depois de passar Anderson e Zimermann e foi abrindo vantagem rumo à vitória. Enquanto isso, atrás continuavam as brigas. Pipo, de último, veio fazendo ultrapassagens. Na décima volta ele ultrapassou Anderson e esperou o momento de dar o bote em Zimermann, conseguida na última volta. Zimermann terminou em terceiro, Anderson em quarto e Chupel completando o pódio em quinto.

Na soma dos pontos das baterias Marron com 50 pontos, seguido por Pipo (40), Zimermann (27), Djohny (22) e Rafael Farias (20).

Na classe SX2 Zimermann assumiu a dianteira e liderou a prova até a quarta volta. Oitavo colocado na volta inicial, Marron já estava colado em Zimermann na quarta volta e precisou de apenas mais uma para assumir a liderança. Zimermann ficou em segundo por quatro voltas, mas perdeu a posição para Farias. O estreante Maicon Kraemer, perdeu duas posições após largar em segundo. O campeão do cross country João Paulo Feltz largou em quinto e por várias vezes perdeu posições, mas ao final segurou a colocação e o último lugar no pódio. Jonathan Menegasso, vice-líder na classificação, largou na terceira posição, mas com a manopla do acelerador frouxa dentre outros problemas... acabou em nono. Zimermann, entretanto, continua líder da SX2 com 79 pontos, seguido de Menegasso com 63 e Anderson Cidade com 51 pontos.


Douglas dos Santos, cat. 85cc

Marcos Paulo Holtmann, cat. 65cc

Douglas dos Santos largou na frente na bateria da 85cc e liderou a prova de ponta a ponta, vencendo a corrida e assumindo a liderança da categoria. Outro que não trocou de posição foi Rafael Dunka, segundo colocado do início ao fim. “Eu larguei bem e daí fui administrando. Cada vez que o Rafael se aproximava eu apertava o ritmo e tentava retomar a vantagem, sempre cuidando para não cair”, relatou Douglas. Luis Felipe Claudino vinha na terceira colocação até a penúltima volta, quando foi ultrapassado por João Vinícius Oliveira e Éder de Lima.




Rafael Dunka, cat. 85cc

Paulo Reginato, cat. 65cc

Destaque para a bateria da 65cc, que melhor representou o Desafio Sul-brasileiro, nome complementar da competição. Correndo por Santa Catarina o garoto Marcos Paulo Holtmann liderou o tempo todo a bateria da 65cc. Entretanto, sem vida fácil. O paranaense Eduardo Rudnick completou a primeira volta na segunda posição, mas logo foi ultrapassado por Hallex Dalfovo que pilotava aparentando total entrosamento com a lama. Porém, após largar em quinto, o gaúcho Paulo Reginato recuperou posições e na quarta volta já estava pressionando Holtmann. Rudnick entrou na briga com Reginato depois de superar Venício Voigt e Hallex. Na última volta Reginatto e Rudnick partiram com tudo para cima do líder. O paranaense errou e perdeu terreno, enquanto o gaúcho chegou a emparelhar com o ponteiro na última curva e aí mais um escorregão e vitória certeira para Marcos Holtmann.

Participando pela segunda vez do Circuito, Maurício Treichel mostrou que não está para brincadeira. O chapecoense largou na frente para não mais perder a liderança da 55cc. O conterrâneo de Treichel, Leonardo Neto, caiu na largada, mas logo se recuperou e completou a prova em segundo, mantendo-se na liderança da categoria. Wagner Carvalho largou em segundo


Mauricio Treichel, cat. 55cc
e perdeu uma posição. Em quarto chegou José Brayan e completando o pódio Leonardo Souza.

O que disseram os pilotos após a prova:

Para Pipo a chuva estragou a prova, porque as chances reais de corrida mudam totalmente. “Com chuva vencer a prova é muito mais uma questão de sorte do que de técnica. Eu larguei bem, mas acabei caindo nas duas baterias logo na primeira volta. Na segunda bateria, creio que era onde eu teria mais chances de vencer. Larguei logo atrás do Djohny que havia assumido a ponta, mas ele acabou caindo e não consegui escapar e fui para o chão também. Saí de último e tive que fazer uma prova de recuperação. Mesmo assim consegui chegar em segundo e assumir a vice-liderança, o que é um bom resultado”, disse. Pipo afirma que se não fosse a chuva a prova seria muito melhor, muito mais disputada. “A pista era muito técnica e tinha tudo para ser uma prova muito legal, mas a chuva veio e estragou. Espero que possamos correr em Porto Belo, sem chuva, para aí sim dar um parecer sobre a pista. Na próxima etapa vou tentar me aproximar mais do Marron na classificação e, quem sabe, assumir a liderança. Só espero que não chova”, concluiu o piloto.


Leonardo Neto, cat. 55cc

Anderson Cidade, cat. SX2

Anderson Cidade também aprovou a pista, embora não tenha conseguido um bom resultado. “Sem dúvida essa seria a melhor prova, com a melhor pista do campeonato, mas com chuva não tem como andar redondo. Para piorar a minha situação corri com uma moto emprestada, que não estou acostumado, porque a minha não havia chegado ainda. Não tive um bom resultado e sei que minhas chances na briga pelo título são remotas, mas o campeonato só termina na última prova. Vou participar das próximas etapas visando sempre a vitória, mas vou mais para me preparar para os campeonatos que estão por vir do que para brigar pelo título”, disse Anderson.

Zimermann concorda com Pipo e Anderson. “A chuva mudou completamente a história da prova, porque aí se torna uma loteria”, afirmou. ”Nessa situação quem almeja o título não pode ficar arriscando muito, afinal um tombo pode por tudo a perder. Como tinha muita lama, optei em fazer uma prova defensiva, sem me arriscar muito. Com bastante cautela, caí apenas na primeira bateria da força livre, mas consegui me recuperar e terminar na terceira posição, logo atrás de dois bicampeões e que estão muito fortes na briga pelo título. Na SX2 tomei ainda mais cuidado, pois ganhar o título da categoria é a minha prioridade”, disse ele. “Quanto à pista, é excelente, pena que choveu. Aqui na região não tínhamos nenhuma pista de supercross. Agora vou poder treinar em Porto Belo. Quero me preparar bastante para a prova de Palhoça e torcer para que não chova. Consegui abrir uma pequena vantagem, 13 pontos, em relação ao segundo colocado da SX2 e agora é administrar para erguer a taça de campeão”, contou o blumenauense.


Jhonatan Menegasso, cat. SX2

Na disputa pelo título da SX2 está Jonatham Menegasso que na última prova não repetiu o bom desempenho das etapas anteriores. “Deu tudo errado nessa etapa, justo quando eu precisava andar bem e conseguir um bom resultado”, disse ele. Nos treinos Menegasso estava andando forte e parecia que teria um bom dia. “Estava confiante em ficar na frente do Zimermann e, talvez, assumir a liderança. Mas na hora da bateria as coisas mudaram. Por causa da chuva entrou água no meu acelerador e aí eu não conseguia acelerar forte. Depois eu acabei caindo e para completar o meu pneu furou. Não deu para recuperar e agora o sonho de conquistar o título fica mais difícil, porque são 13 pontos de diferença e apenas duas etapas”, desabafou Menegasso. “Vou participar das próximas etapas e fazer o possível para não ter os mesmos problemas que tive em Porto Belo. Ainda acredito que posso chegar ao título, mas para isso preciso contar com a sorte. Caso não consiga tirar esse título do Zimermann vou brigar por outros já que me filiei à FCM para disputar os seus campeonatos”, concluiu o paranaense.

Outro que pode dizer que não teve um bom dia em Porto Belo é Marcos Cordeiro. O piloto andou apenas

Marcos Cordeiro, cat. Força Livre
na primeira bateria da força livre, quando na sexta volta caiu de forma perigosa. “Não sei o que está acontecendo. Já havia caído nos treinos em Porto Belo e machucado uma costela. Na primeira bateria, logo no início, minha moto atravessou na entrada do triplo e eu caí. Sei lá o que aconteceu, se era a posição errada, ou o quê, mas resultou em duas costelas fraturadas. Para a segunda bateria nem tentei entrar na pista, peguei minhas coisas e fui embora. Até o carnaval vou ficar sossegado e na quarta-feira (dia 21) vou tentar treinar para a prova de Palhoça e para o Brasileiro de Motocross que começa no primeiro final de semana de março, em Indaiatuba/SP”, explicou Cordeiro.

 
 
 
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