Federação Catarinense de Motociclismo

Zimermann e Braz mantém domínio no
Estadual por mais uma temporada
Texto: Gerson Coas - Reportagem FCM - Fotos: Carina Raquel da Silva

Pelo terceiro ano seguido o blumenauense Luiz Henrique Zimermann, da equipe Yamaha Moto Neno / Academia Equilibrium, sagrou-se campeão da principal categoria do velocross catarinense. E mais, tanto na VX1 como na VX2, Zimermann largou com vantagem na pontuação e fez sua parte, guiando rápido, mas com a cautela suficiente para não colocar em risco a busca pelos títulos.

O palco da finalíssima deste domingo, 30 de novembro, foi a pista do Parque de Eventos de Agronômica. Reformulado para reduzir a velocidade ao final da reta de chegada, nesse trecho o novo traçado exigiu certa habilidade dos pilotos para serem rápidos nas curvas mais fechadas. Outro piloto que manteve a sua hegemonia foi Braz dos Santos (Empório do Pão), também de Blumenau, que acrescentou as conquistas das classes VX3 e VX4 à sua coleção de mais de duas dezenas de títulos do campeonato estadual.

Quem também comemorou o título de campeão foram os pilotos João Vergutz (Estofaria Cardeal / Tuio Motos / Street Parts/Roni Racing) na Nacional Força Livre, Edinilson Batista (Theilacker Racing) na Nacional 230cc, Leandro Lemos (ATF Embreagens/Inter de Lages /Motoshop /Toninho Racing) na Nacional 300cc, Sebastião da Silva Júnior (Eletro Móveis Sebas /Yamaha Motos Neno / Posto Melo/ Jr Engenharia) na Intermediária Especial, Eros Lazarotto Jr. (Lendas Racing Team) na Nacional Estreante,  Denis Steve Hilmers Bittencourt (Sergio Motos / Atlético de Ibirama / Durag / Street Parts) na VX3 Nacional, Vilson Alves (BM Motos /Metalcava /Nelson Construçoes /Pneus Michelin /Rest. Scheidt e Corretora de Seguros) na VX4 Nacional, Jeferson Gardini na Nacional 150cc, Matheus Fillipy Alexandre (SMT Pinturas) na Júnior, Anthonny Gervásio (G.Laffite /Academia Wave /Colégio Cecam /Fagner Preparações) na 65cc, Brayan Henrique da Cunha (WR Solução em Aço e Concreto /Fundação de Esportes de Brusque /Promotos  /Paris Bordados) na Minimotos A, e Henrique de Melo (Ivo Pinturas, CHF Imóveis) na Minimotos B.

Essa foi a primeira temporada que Agronômica fez parte do calendário do Catarinense de Velocross. Mas valeu a espera. Foram duas etapas bem feitas, Além de uma boa pista, a organização com o apoio da Prefeitura  ofereceu toda a estrutura necessária para o bom desenrolar da competição. “Em certos momentos até parecia uma corrida de tratores, de tantas máquinas na pista”, brincou o organizador Celso Tomazoni, o Pé, referindo-se as seis máquinas que davam o suporte para a irrigação e gradeamento  do traçado.

Após saudar o público e agradecer o patrocínio da Motos Neno, o prefeito José Menegatti estendeu o agradecimento aos demais apoioadores do evento e já sinalizou a realização de uma das etapas da temporada 2015. “Não posso garantir duas etapas como fizemos nesse ano, mas vamos trabalhar para termos aqui em Agronômica uma das etapas do Catarinense de Velocross”, disse.

As baterias decisivas da temporada 2014

Enquanto Zimermann apresentou tranquilidade durante todo o fim de semana, os dois principais oponentes aos títulos, Luciano de Oliveira na VX1, e Lucas Gadotti na VX2, não foram tão bem assim. Luciano chegou para essa final a apenas dois pontos de diferença do líder. Com a pontuação da etapa dobrada, Luciano “Boca” precisava apenas terminar a frente de Zimermann no geral da etapa para ficar com o título já na sua temporada de retorno à competição. Mas Boca não estava no seu final de semana. Nos treinos de sábado terminou com 4,7 segundos de diferença da volta mais rápida, feita por Lucas Gadotti...  E aí, como é que se faz para tirar quase cinco segundos de um dia para o outro?

Zimermann, pelo contrário, fez apenas a primeira sessão de treinos e na segunda tratou de assistir o treinamento dos concorrentes e estudar suas linhas. “Fiz meu treino de reconhecimento e tá tudo certo. O que importa é amanhã (domingo)”, disse ele.

VX1 - Nas duas baterias Zimermann foi certeiro. Com boas largadas ele venceu liderando todas as voltas das duas corridas, além de fazer a melhor tempo do fim de semana (1’00”376). “O que consegui hoje foi resultado de muito trabalho, dedicação, força de vontade e é lógico um bom equipamento como a gente tem. Muitos reclamaram dos “s” da pista, mas eu consegui me adaptar legal e fiz uma boa pilotagem. Embora todo o tratamento, formaram alguns buracos, mas para mim quando a pista fica um pouco mais difícil eu gosto mais, eu consigo me adaptar melhor, e é claro, eu treino para isso”, disse o campeão Zimermann.

 Na primeira das baterias Gadotti até andou próximo no início, mas não conseguiu manter o ritmo. Luciano Boca se enroscou na largada, recomeçou da última posição e não conseguiu se recuperar, terminando na quarta colocação e dando sinais que a briga ficava pelo caminho.

Na bateira final Gadotti errou na largada, caiu e Boca mais uma vez perdeu tempo na manobra. “Não era bem o que eu esperava, trabalhei muito para ser campeão, mas imprevistos acontecem e temos que saber encarar. Fica para o ano que vem, disse Luciano, vice-campeão da VX1, que terminou a bateria e a etapa no geral na quinta colocação. Em segundo na soma de pontos da etapa ficou Gadotti, seguido de Sebastião Jr. e Edinilson Batista na quarta colocação.

Com a pontuação dobrada e um descarte, Zimermann fechou com 122 pontos, seguido de Luciano com 102, e Edinilson e Gadotti com 100 pontos.

VX2 – Defendendo uma pequena vantagem de pontos na busca peo título Zimermann largou na ponta, enquanto o Gadotti se enroscou na largada e recomeçou de último.

Zimermann fugiu rapidamente do bolo, deixando Gilmar Longen Jr., Leandro Lemos, Sebastião Jr, Tiago Hort e Gadotti brigarem entre si durante os 15 minutos da bateria. “Consegui largar na frente e ganhar a prova que era o mais importante, porque com a pontuação dobrada o risco de perder era maior.  Por estar em primeiro e disputando o título, o perigo era todo meu.  Optei em fazer uma tocada mais segura, embora nas primeiras voltas andei mais forte, depois procurei administrar”, disse o campeão Zimermann.

Sebastião Jr. foi o segundo e Gadotti o terceiro, resultado inverso da classificação final da temporada.

VX3 / VX4 – Ao longo da temporada Braz dos Santos foi o primeiro, Elviz Schimit o segundo, Márcio Mielke o terceiro e Roni Espíndola.

Dessa vez tudo se encaminhava para um resultado diferente. Aproveitando de um atrapalho de Braz na largada, Elviz saiu na frente e tratou de abrir rumo a sua primeira vitória no estadual nessa categoria. Porém, na última volta Braz acabou com a festa do seu conterrâneo, deixando tudo igual às etapas anteriores, confirmando mais dois títulos para a sua carreira.

Intermediária Especial –  Diego Heining largou na ponta e seguido de Sebastião Jr., Augusto Unterberger e Gilmar Longen Jr. ditaram o ritmo da prova.

Na volta final a quebra da corrente da KTM de Diego acabou com a vitória que se desenhava, entregando-a a Gilmar Júnior.  

Segundo colocado na bateria, Sebastião comemorou o resultado. “Eu larguei com uma boa vantagem na pontuação e aí pude me dar o luxo de fazer uma corrida mais conservadora para pontuar, sem fazer loucura. O nível da estreante especial está muito alto com uma nova geração de pilotos, muito competitiva. Acredito que ano que vem vai continuar assim...  mas eu vou ter que trabalhar ainda mais, pois vou encarar a VX2 e a VX1”, disse Sebastião Jr.

Categorias das motos nacionais

Nacional Força livre  - A Yamaha DT 200 pilotada por Luiz Zimermann fez a alegria do saudosistas de plantão. Ele argou na frente mais uma vez e reinou absoluto com sua 2T, fazendo o ronco se destacar das demais motocicletas.  “Fechar o ano com chave de ouro é muito bom. Foram quatro vitórias em três categorias, 100% de aproveitamento”, disse o blumenauense.

Mas ao receber a quadriculada na segunda colocação, foi João Vergutz quem mais comemorou.

 “Na verdade eu me dediquei nessa temporada a disputar o título do Campeonato Brasileiro, deixando um pouco de lado o estadual devido ao batimento das datas de algumas das etapas. Graças a pontuação dobrada eu consegui o bicampeonato da força livre.  Quando eu vi que o terceiro estava meio longe e que o primeiro estava difícil de chegar,  já batendo o cansaço, e sabendo que se eu ficasse em segundo e o terceiro Júlio Cesar Deschamps, mantivesse aquela posição, eu ficaria campeão por um ponto. Então eu cuidei para não cair para terminar assim a bateria.  Na verdade a calculadora rolou solta. Já estava tudo na mente. A semana toda só calculando como que tinha que ser e felizmente deu tudo certo”, relatou o bicampeão Vergutz.

Nacional 230cc - Leandro Lemos largou na frente e até a terceira passagem tinha certa distância de Edinilson Batista. Foi então que Dito atacou, passou e não deixou espaço para uma recuperação do lageano, vencendo a bateria e comemorando o título da categoria.

Nacional 300cc / VX3 Nacional / VX4 Nacional – Essas três categorias largaram juntas e aí não faltaram bons pegas ao longo da bateria. La na frente Leandro Lemos colocou o ritmo da prova, seguido de perto apenas por Wandrey Niels que caiu sozinho a três voltas da quadriculada.

"Hoje a pista estava bem seletiva. Em relação as mudanças no traçado, eu fiz uma contagem: antes a pista possuía oito curvas e agora passou para 14 curvas. Ficou um traçado exigente. Com a 230cc eu me adapto muito bem, muito rápido as condições do terreno... então tenho que agradecer ao meu mecânico Toninho, ao Diego, e a todo o pessoal de Lages que veio aqui me apoiar”, disse Leandro que já confirmou sua participação no catarinense de 2015.

Pela VX3 Nacional João Francener fez uma bela prova e garantiu a vitória após várias ultrapassagens. Vilson Alves foi o segundo e Denis Bittencourt garantiu o título com a terceira colocação. Entre os pilotos acima de 40 anos Vilson Alves foi o campeão da temporada.

Nacional 150cc – Jeferson Gardini e Rafael Teske protagonizaram uma disputa intensa durante toda a bateria. Jefferson levou a melhor e confirmou o título com a pequena margem de oito pontos sobre o vice, Rafael.

Nacional 230cc Estreante – Orlando Gesser Filho largou na frente, seguindo por Augusto Unterberger e Edvaldo Faes. Na quarta volta Augusto passou e abriu rumo a quadriculada. Líder do certame, Eros Lazarroto Jr. caiu no inicio da prova, mas se recuperou até a sétima colocação e garantiu o título com dois pontos de vantagem sobre Handerson Ferreira.

Categorias de base

Júnior –  João Afonso Claudino largou na frente puxando a fila, mas antes de completarem a segunda volta tomou um passada de Diego Heining e Matheus Fillipy, que se enroscaram na curva seguinte, devolvendo a liderança a João Claudino... e aí a briga começou. 

Matheus caiu para sexto e Diego para oitavo e numa recuperação alucinante, na sexta volta os dois já brigavam novamente pela primeira colocação. No final vitória e título da categoria para Matheus, seguido de Diego e João Claudino. “Foi um campeonato com muitas dificuldades para mim. Hoje, graças a Deus, consegui fazer uma boa largada, mas aí fui muito na pressão, muito nervoso e acabei pegando um buraco, a moto escorregou... mas consegui levantar, dei o meu máximo e aí consegui a vitória e o campeonato de 2014. Foi uma corrida difícil, depois que eu caí vim buscando as posições, mas todos estavam num mesmo ritmo e ainda no final o meu concorrente tentou botar uma pressão. Felizmente ainda deu certo e venci a corrida”, resumiu o campeão da categoria Júnior, Matheus Filipy, o Negão.

65cc – Cauê da Silva largou como líder, mas com problemas na moto abandonou ainda no inicio, ficando fora da disputa. Anthonny Gervasio fez sua parte e venceu a prova e ficou com o título. Pedro Todt fez uma bela prova de recuperação e ficou com a segunda colocação seguido por Carlos Augusto e Bruno Amandio. 

Minimotos A e B – 13 pilotinhos alinharam para a bateria decisiva que foi disputada ainda na tarde de sábado.

Na classe A quatro garotos apareciam com chances de disputar o título: Vinícius Boing com 88 pontos,  José Victor da Silva (76), Brayan da Cunha (75) e Mateus da Cruz (75). Desde a largada Brayan suportou a pressão imposta por Matheus e garantiu a vitória. Pelas contas da equipe Vinícius precisava ficar em terceiro para garantir o titulo, e estava fazendo a sua parte. Mas uma queda no finalzinho da bateria fez com que ele perdesse tempo, terminado a bateria na oitava colocação geral, ou quinta entre os pilotos da A, e acabando com as suas chances de título. Melhor para Brayan que comemorou a conquista.

Entre os pilotinhos da B, Fabiano Hank venceu a bateria, mas Henrique de Melo com a terceira colocação na etapa faturou o título com apenas três pontos de vantagem sobre o irmão Jhonatan Melo.

O Campeonato Catarinense de Velocross teve a supervisão da Federação Catarinense de Motociclismo, com o apoio do Grupo Geração, Yamaha Motos Neno, Destak Transportes, Motoshop Racing e TBT Suspensões.


 
 
 
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