Federação Catarinense de Motociclismo

Homenagem a Sérgio José Jachowicz
Fotos: arquivo FCM - Gerson Coas

Por Maria Salete Montibeller

Canelinha está triste. Perdemos um grande amigo, um grande homem.

Sérgio Jachowicz, filho do Seu Arthur Polaco e de Dona Mariquinha, neto de seu Cantório. Suas raízes entrelaçam-se com as históricas origens de Canelinha. Tanto, que apesar de ter nascido em Brusque, quando seus pais lá moravam, foi aqui que fincou seus pés e construiu sua família ao lado de Ivone, sua esposa e de suas quatro filhas: Karina, Adriana, Carolina e Patrícia.

Desde muito jovem pensava no futuro desta terra, investindo em novas alternativas que elevassem a qualidade dos produtos da Cerâmica Aurora, indústria que herdaria de seu pai e que é referência em produtos cerâmicos no Brasil e fundou a Terra Mater. Sérgio foi prefeito de Canelinha, de 1977 a fevereiro de 1983, com apenas 29 anos de idade. Marcou sua administração por investimentos grandes em educação, pois tinha visão de que sem ela não há desenvolvimento. Com grande visão de mundo e muita experiência, pois viajava sempre que podia, trazia para a pequena Canelinha, idéias e projetos que muitas vezes estavam além do entendimento das pessoas da época.

Planejamento era a palavra de ordem, ética e serviços de qualidade, suas bandeiras. Foi em sua gestão, a construção do primeiro plano diretor do município. Inovação em planejamento urbano, poucos municípios na época pensavam nisso. Da instalação do ensino médio na E. E. B. Minervina Laus. Em sua passagem pela prefeitura, muitas obras de acesso e recuperação foram realizadas, porém sei grande legado foi e será sempre sua pessoa.

Seu jeito de ser, amigo, cordial e hilário.

Quero falar desse Sérgio, que conheci de perto e que tenho imenso orgulho do que compartilhamos. Do Sérgio contador de causos, cujas visitas à biblioteca à noite, nas reuniões do grupo de Escritores Sol Nascente, à frente do velho gravador do Seu Valdir, deleitava-se a contar de forma bem "Canelinha", histórias e causos de seus antepassados e de pessoas que convivera ao longo de sua trajetória política e empresarial. Do Sérgio espectador dos recitais e concertos, cuja batuta do maestro José Nilo Vale, conduzia com maestria nas apresentações promovidas pela Secretaria de Educação e Cultura e Esportes, valorizando a boa música. Do Sérgio desportista aficcionado por motos, que criou aqui o motódromo que levou o nome de Canelinha, nacional e internacionalmente, como referencia no esporte do motocross. Do Sérgio que visualizou no Morro do Rolador, a possibilidade de ali voarem as asas-delta, que coloriram os céus da Galera e de Canelinha. Do Sérgio que com seu pai, abriu aqui no Areao, um dos melhores restaurantes da época na região, com piano bar e cozinha internacional. Do Sérgio que possibilitou a abertura do Tropicana, que por muito tempo foi o point da juventude da região.

Muitos desses lugares já não existem, pois seria necessário muitos Sérgios para continuarem a aventura de fazer realidade os muitos sonhos que gente como ele, além do seu tempo, sonharam.

A trajetória de Sérgio foi marcada pela ousadia. E é de homens e mulheres ousados que a sociedade carece, para sair do lugar comum, da mesmice que se instalou e cuja força impede que pessoas vislumbrem uma saída. Permitam-se sonhar e realizar. Enxergar além de si. Como disse o grande poeta Eduardo Galeano: "é preciso olhar além das entranhas para vislumbrar um outro mundo melhor possível".

Sérgio fez isso a vida inteira, que serva para que sua família encontre alento neste momento tão difícil.

 


 
 
 
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