Federação Catarinense de Motociclismo

Enduro da Lua Cheia: maior Enduro de
Regularidade noturno do Brasil
Texto: Marcio Menezes / Rodrigo Milanez Rodrigues / Alex Carrador - Fotos: Divulgação

O grande público é o diferencial do Lua Cheia

O Lua Cheia 2008 teve um grande número de participantes

Eder Marcondes, Presidente da ASCPE Assoc. Sul Catarinense de Pilotos de Enduro

Daniel Barp Crema vencedor na cat. Máster do Lua Cheia 2008

Dias 14 e 15 de fevereiro acontece sob organização do Moto Trail Criciúma o XXI Enduro da Lua Cheia, o maior enduro de regularidade noturno do Brasil. O Lua Cheia 2009 contará com aproximadamente 280 km largando tradicionalmente no Balneário Rincão as 00h00min do dia 15 de fevereiro, e terá uma novidade, a participação de quadriciclos com duas categorias: graduados e junior.

A partir de 2010, uma comissão formada por integrantes de outros Motos Clubes ficará responsável pela continuidade do evento.

 Um pouco da história do evento

 O Enduro da Lua Cheia nasceu por meio de conversas entre os amigos Marcelo Meller, Aldo Michels, Marcos Daufembach, Valdemar Zaniboni, Pedro Zacaron e Clóvis Scotti que fez o levantamento das trilhas em pelo menos 16 das 21 edições e foi o grande responsável pela maioridade do Enduro da Lua Cheia.

Já na primeira prova, em fevereiro de 1989, contando com impressionantes 31 inscrições, o Enduro da Lua Cheia conheceu seu grande recordista em vitórias. O irreverente Jovânio Frutuoso, o Palhoça que venceu 11 edições do Lua Cheia.

Sobre esta primeira prova, disputada com DT 180, Agrale Explorer, XLX 250 e duas Ténérés pilotadas pelo Hélio Juarez Mafra, da cidade de Itajaí e o saudoso Ademir Apel, o Pataca de Brusque, pode-se dizer que foi uma aventura marcada pela resistência dos pilotos e das motos, característica que o Lua Cheia mantém até hoje.

A prova começou a tomar corpo em 1995, ano em que contou com impressionantes 83 inscrições, sendo 31 de pilotos do Rio Grande do Sul, ano em que o Gaúcho Sandro, de Novo Hamburgo, quebrou a sequência de vitórias de Palhoça.

Sempre promovida pelo Moto Trail Criciúma com o auxílio dos clubes da região, o Lua Cheia, hoje tem suas inscrições limitadas em 250 pilotos e doze horas de duração, largando as 00:00 horas e chegando as 10:00 horas de domingo com percurso de 280 km caracterizado pela diversidade de terrenos e trilhas a serem percorridas com areia, ares mineradas, bananais, regiões de pedras, mata fechada, entre outros obstáculos.

 Depoimentos :
     “Falar sobre Lua Cheia é a mesma coisa de falar de família, dificuldades, amigos, ou seja é uma vida nestes 12 anos que ai estive, posso dizer que sou realizado por ter convivido com vocês este tempo todo. Um enduro noturno com características bem diferentes dos enduros convencionais, principalmente no que diz respeito ao fato  andar de moto durante a noite, já que temos de roteirar, "ajudar" e muitas vezes acelerar bastante. Outra característica do Lua Cheia é a época em que ele é realizado, no inicio do ano muitos Pilotos ainda estão em "ferias" então o preparo físico, ou a falta dele, nas dunas de içara é um fator decisivo e também deixa a prova ainda mais interessante.
Tive a honra de participar por doze vezes, das quais onze destas fui campeão da principal categoria. Confirmo desde já minha participação em 2009 para rever os amigos. No entanto gostaria de largar ao lado do meu grande amigo Eder Marcondes na largada, assim ele fica de batedor e me ajuda com a moto em caso de quedas (serão varias)”.

Jovanio L. Frutuoso- PALHOÇA – Maior vencedor do Lua Cheia - 11 vezes

 “O primeiro Lua Cheia foi realizado vinte anos atrás, (87 ou 88) tem que ver na ata de reunião do mototrail”. A idéia foi do então presidente na época, o Valdemar Zaniboni, que queria fazer um enduro noturno de grande duração. O Zacaron e Eu nos dispomos a fazer o levantamento da trilhas e mapeamento do enduro. Havia um apoio na praia do rincão, onde as motos chegaram a meia noite, depois de percorrer mais de 200 km, e a chegada era pela praia, nós nas dunas esperando e na hora certa começamos a ver os faróis dos enduristas numa fila indiana separados pelo tempo, todos praticamente no tempo, foi marcante.”

 Clovis Scotti Organizador do Lua Cheia há 20 anos.

 "Olha só a curiosidade, eu nunca competi em um Lua Cheia, mas devido às amizades e como ex-jipeiro, há 15 anos atrás me envolvi fazendo PC´s a noite inteira e na manhã já com o sol nascendo, eu e meus filhos escondido em pontos estratégicos. Lembro bem do primeiro ano que ajudei fazendo PC´s nos banhados do Torneiro, numa semana que havia chovido muito. Determinada hora parou de passar motos, mas com o brilho da Lua via se que tinha muitos enduristas dentro das águas ali acumuladas. Eu e meus filhos entramos trilha a fora, ou melhor, lagoa à dentro, e nos deparamos com vários participantes ali afundados. Foi quando conheci o Keka(Cezar Menezes), o Grosso(Gelson Philippi). Tivemos que mergulhar mais de uma vez para poder achar e rebocar as motos com Jeep fazendo várias viagens. A partir daí, sempre estive envolvido no Lua Cheia como apoio, pois eu e meus filhos começamos a andar de moto.Agora nestes últimos 4 anos, tenho organizado o evento e no levantamento, sempre como mochila do Clovis Scotti. Nos levantamentos destas quatro últimas edições seguramente eu e minha moto já rodamos mais de 10.000km, entre levantamento, conferências, locação de PC´s e fechamento das trilhas, sem nunca ter competido em uma única edição do Lua Cheia.Estou com 56 anos e entregando este desgastante privilégio de organizar um evento desta magnitude, mas gratificante, pois depois da entrega do ultimo troféu, sempre sobram muitas e felizes histórias contadas pelos “homens” que completaram a prova”.

Edair Rodigues de Brito(BREK) ex-presidente do MTC(2004-2008).

 “Quando criança eu pensava em um dia andar de moto, ficava nos escombros de areia vendo as motos passar a noite perto de minha casa. Acordava cedo para vê-los chegando. Isso quando não ia a pé ou de bicicleta seguindo as marcas dos pneus das motos na areia. É uma das poucas provas que minha família e meus amigos podem acompanhar, pois fica na praia onde veraneiro. É um evento maravilhoso com uma ótima estrutura e com um público que não vemos em nenhuma outra prova de nenhum campeonato. O público que vai ver a largada equivale a de um Sertões para se ter idéia. É uma prova desafiante, pois à noite tudo fica mais difícil e as surpresas aumentam por ser uma prova longa o piloto tem que ter uma boa estratégia de prova, e para nós aqui do sul o Lua cheia marca o início das competições de enduro, pois é a primeira do ano. Totalmente diferente das demais pois andamos a noite. Largamos a meia noite e chegamos somente ao amanhecer. É muito emocionante ver o dia amanhecer em cima da moto numa trilha. O grau de dificuldade aumenta muito pois ficamos bitolados ao raio de ação do farol da moto e roteirar a noite não é nada fácil. As trilhas desta prova também são atípicas, pois andamos em longos trechos de areia. Sem dúvida a mais bela prova do campeonato”.

 Daniel Barp Crema vencedor na cat. Máster do Lua Cheia 2008;


“Minha primeira participação no Lua foi em 1991 onde venci na Junior (duplas na época), pois não existia a categoria estreantes, de lá para cá devo ter ficado apenas uns 2 anos sem participar, devo ser um dos poucos pilotos a vencer o Lua Cheia em todas as categorias. O Lua Cheia é uma prova desafiante pois à noite tudo fica mais difícil e as surpresas aumentam, por ser uma prova longa o piloto tem que ter uma boa estratégia de prova, e para nós aqui do sul o Lua cheia marca o inicio das competições de enduro pois é a primeira do ano”.

 Eder Marcondes – Rato – Presidente da ASCPE Assoc. Sul Catarinense de Pilotos de Enduro


“Onde tudo começou. Em 1989, convidado pela organização fui fazer PC no Submarino. Pouco conhecia do esporte, naquela época eu era motociclista, gostava de viajar com as minhas CBR 450 ou VF 750, só no asfalto. Foi daí que ao ver 31 malucos tentando vencer o obstáculo do submarino (poucos venceram) é que me vi em condições de também praticar enduro. Parecia fácil, achava que eu não teria dificuldades em transpor aquele “pequeno atoleiro”. Dias após, induzido pelo Márcio já estava negociando a minha primeira moto de trilha, uma “garbosa” DT 180, sobra da temporada anterior da equipe FIBA. Primeira trilha, no lote seis, mais de seis tombos. Só no aquecimento!! Contudo não desisti. Com a ajuda do Márcio, Fidélis, Pau d’agua, Gouveia, Aldo, Scotti, Daré, Sílvio, Benito e outros que não me recordo agora, fui fazendo minhas trilhinhas, depois Provas, enfim, participei de todas às Provas do LUA CHEIA, como piloto, peceseiro ou como “Cartola”, me envolvendo na organização da prova, ajudando no levantamento das trilhas, fazendo o Fecha trilha (só pra louco), também fiz PC em várias edições e em duas edições participei como piloto, que é um desafio indescritível, só comparado com a nossa decida da serra(deixa pra lá) quando o frio, a dor e o cansaço foi superado no momento da chegada. Se a idade( e a mulher) me permitisse, faria tudo de novo, como ela não permitiu, o jeito foi investir no meu sucessor o “Maneca”, que em 2000 passou no vestibular em Joinville, depois veio para Floripa e não deu mais seqüência aos “ensinamentos” do pai. Mais a moto eu não vendo, está parada na garagem, desde o XVIII Luiz cheia, após a chegada do “Mano”, da última prova que participou como piloto. Quem sabe um neto ainda pegue o meu gosto”.

Keka – Vencedor da categoria Over do LUA CHEIA.


 
 
 
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